OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

CRÉDITOS! CRÉDITOS! CRÉDITOS!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Fico tão cansada às vezes, e digo pra mim mesma que está errado, que não é assim, que não é este o tempo, que não é este o lugar, que não é esta a vida. E fumo, e fico horas sem pensar absolutamente nada: (...)
Claro, é preciso julgar a si próprio com o máximo de rigidez, mas não sei se você concorda, as coisas por natureza já são tão duras para mim que não me acho no direito de endurecê-las ainda mais."
"Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta e você me leva pra Creta, Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo bem."

"Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem".

- Caio F. Abreu

Mudança

. [ao som de I look to you.]

Frágil – você tem tanta vontade de chorar, tanta vontade de ir embora. Para que o protejam, para que sintam falta. Tanta vontade de viajar para bem longe, romper todos os laços, sem deixar endereço. Um dia mandará um cartão-postal de algum lugar improvável. Bali, Madagascar, Sumatra. Escreverá: penso em você. Deve ser bonito, mesmo melancólico, alguém que se foi pensar em você num lugar improvável como esse. Você se comove com o que não acontece, você sente frio e medo. Parado atrás da vidraça, olhando a chuva que, aos poucos começa a passar.

-Caio Fernando Abreu

Versos Mudos


Sei que já tentei de tudo,
Sei que já não quero amis lembrar,
só não sei como dizer pra mim.
Toda vez eu me pergunto, quem será que pode completar esses versos mudos que escrevi.
Pra tentar me convencer, que eu consigo sem você.
Expirar enfim, um momento só pra me deixar, a vida acontecer!
Aos poucos vou re-construindo, aos poucos tudo volta pro lugar.
escutando a alma dizer que sim, nesse mundo desatino,
espero a nova rima me encontrar, nesses versos mudos que escrevi.
Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que os outros me enxergam…

— Carlos Drummond Andrade
Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle. Mas aí o que fazemos? Amamos com limite para não sofrer. Mas eu prefiro muito mais quem se ilude a quem é cético; precisamos desta ilusão que é justamente aceitar o risco que estamos correndo.