OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

CRÉDITOS! CRÉDITOS! CRÉDITOS!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Palavras bem ditas ainda que mal pensadas

Hoje, me dei conta das palavras ásperas que já ouvi sair dos seus lábios, logo você, que eu tanto amo, você que me conhece como ninguém, que me viu nascer, crescer, falar, andar, você que eu contei sobre meu primeiro beijo, e confiei; minhas amizades, sonhos e planos, com você compartilhei.

Já perdi a conta de quantas vezes, te defendi, e com orgulho te bajulei, quantas vezes por você chorei, me humilhei, mas não tive vergonha de demonstrar o quanto te amei.

Ao me sentar, aqui, sozinha, busco na minha lembrança, uma só palavra de carinho vinda de ti, mas infelizmente não me recordo.
Nesse tempo que vivemos sobre o mesmo teto, tivemos diferentes experiências, eu vivi te dando meu carinho, e você viveu me dando seu desprezo.

Debruço-me sob as fotografias guardadas, e o que posso encontrar, são fotos rasgadas, pedaços de um passado tão pouco agradável, mas ainda melhor que o presente.

Lembro-me ainda, como se fosse hoje, o dia em que você mais me magoou, ouvi de você palavras que eu não podia esperar nem de um grande inimigo, busquei em cada canto, cada palavra, uma resposta pra toda sua revolta, mas cada palavra que trocava com você, percebia o caminho de espinhos a minha frente, e como covarde, me recusava a me rasgar por seu veneno.
Me recordo, que em uma das muitas noites, que sofri com seu desafeto, sentei-me com minha caixa de “lembranças”, nela tinham imagens, imagens nossas, peguei uma a uma, e lembrei-me daquele momento, me peguei pensando em cada situação que vivemos para estarmos tão sorridentes em cada foto.. Mas aquele sorriso já não me era freqüente, peguei aquelas fotos, inclusive uma que estampava um dos porta-retratos do seu quarto e dividi, cortei-as ao meio e devolvi apenas a Sua imagem, com singelas palavras:

(...) “Estou devolvendo a você, a sua imagem, a qual não me pertence mais, a nossa separação em cada foto, significa pra mim o que você fez com nossa relação de amigo, nossa relação de irmão, e não se espante com a gota de sangue que acabou molhando o papel, é que eu apenas queria sentir no corpo, a dor que você tem me feito sentir no coração” (...)

Ao voltar pro aconchego do meu quarto, debulhada em lágrimas e dor, pude perceber que a dor que meu coração sentia, era bem maior, do que o rasgo feito na minha mão com a tesoura.
Lembro-me que não o vi chegar naquele dia, mas ao acordar, você já não se encontrava em casa, vi em minha mãe e meu pai, um rosto preocupado, um rosto magoado, afinal com seu egoísmo, você não tinha machucado somente a mim; Decidi então, que a partir daquele momento, eu procuraria em outro coração o amor de irmão que eu precisava, mas você era incapaz de me dar.

Com toda sua covardia, eu via ali, jogado aos cantos, um coração perdido, um coração vazio, incapaz de amar qualquer pessoa, poderia te definir como um covarde sem caráter, mas enfim, era meu irmão, e eu precisava te ajudar, pois apesar de tudo, meu coração pedia pra te amar.

Um pedido de desculpas, e meia dúzia de palavras bem faladas, ainda que mal pensadas, fizeram trazer de volta a minha face, um sorriso; prometemos-nos que jamais magoaríamos um ao outro, e que viveríamos como irmãos na verdade.
E foi assim, por 5 ou 6 meses,pois logo vi aquele monstro ir tomando conta novamente de você, e eu me perdi por completo, eu já não sabia mais o que fazer, já não tinha saída pra essa sua “agressão” sem nome.

Acho que se a cada palavra dita, você tratasse de me dar um tapa, sentiria menos dor.

Rezei, era tudo que eu podia fazer naquele momento, e mais uma vez, você mudou.
E dessa vez durou mais, mas infelizmente, tenho visto esse monstro ainda tomar conta de você, nos dias de bem você é um grande irmão, mas nos outros, não passa de um desconhecido agressor verbal.
Tenho medo, de, ao tentar te desvencilhar dos espinhos, me queimar com seu veneno, mas eu não vou desistir, sabe porque? Porque eu te amo e você é meu irmão, então essa é a minha missão.

Hoje, aqui, ainda sobre minhas lembranças, você conseguiu mais uma vez se transtornar e descontar em mim o seu desengano, olhar em meus olhos e dizer que sou mal amada, não vou chorar, porque, como eu, poderia ser bem amada, se não posso ter o amor de uma das pessoas que mais amo na vida?

Então, pra não sofrer, resolvi te escrever, ainda sabendo que você pode não ler, mas só pra te pedir, pedir pra me devolver a alegria de viver, alegria de ter um amigo, de ter um irmão, e pra te falar, que Amores desconhecidos, não me importam, eu necessito em minha vida mais do seu amor, do que o amor de homem e mulher.
E te pedir, que não magoe mais o meu coração, porque já não tenho mais condições de sofrer, eu sempre vou estar ao seu lado, independente de qualquer coisa, então compartilhe os seus problemas, sorria mais e brigue menos, prefira o abraço ao grito, prefira o amor, alegria e a paz.

E se não for demais, queria apenas uma coisa..
EU POSSO ESPERAR O TEMPO QUE FOR, MAS VOLTA A SER MEU IRMÃO?

(...) Não sei porque você se foi, tantas saudades eu senti, e de tristezas vou viver, e aquele adeus não pude dar.. (sorte que não era definitivo), Você marcou na minha vida, viveu, morreu (e renasceu) na minha história, Chego a ter medo do futuro (porque já vivi várias vezes ele, sem nenhuma mudança e novidade), e da solidão (solidão, carência de irmão) que em minha porta bate.
E eu, gostava tanto de você (eu não gostava, eu gosto).
Eu corro e fujo dessa sombra (por não ter mais condições de sofrer), em sonho e vejo esse passado (que tanto me magoou), e na parede do meu quarto, ainda está o seu retrato (aquele que estávamos juntos, e eu me tirei da foto, pra devolver a você sua imagem, tentando te devolver a felicidade que eu via ali naquela foto), Não quero ver pra não lembrar, pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você. (porque é bem difícil suportar os seus devaneios e êxtases intensos).
E eu, gostava tanto de você (eu não gostava, eu gosto).
E eu, amava tanto você (eu não amava, eu amo).(...)

Gostava tanto de você – Tim Maia (com adaptações)